Cirurgia Bariátrica no combate à obesidade e diabetes
A cirurgia bariátrica e metabólica, também conhecida como cirurgia da obesidade, ou, popularmente, redução de estômago, reúne técnicas com respaldo científico, destinadas ao tratamento da obesidade mórbida e ou obesidade grave e das doenças associadas ao excesso de gordura corporal ou agravadas por ele.
O conceito de cirurgia metabólica foi incorporado há cerca de dez (10) anos pela importância de estudos científicos demonstrando que os órgãos envolvidos na cirurgia produziam substâncias hormonais e que a cirurgia na verdade alterava esse equilíbrio hormonal inicial de uma maneira benéfica ao paciente obeso, seja na perda de peso, seja no controle e até na cura de doenças endocrinológicas, como o diabetes, hipercolesterolemia, hiperuricemia e até na hipertensão.
Os procedimentos são iguais tanto na cirurgia bariátrica quanto na metabólica, porém os objetivos são diferentes. No segundo caso, trata-se da melhora dos componentes da síndrome metabólica – pressão, glicemia e colesterol – independente do IMC do paciente. Existem diversos trabalhos em literatura que demonstram benefícios a indivíduos com síndrome metabólica, não adequadamente tratados com a melhor terapêutica clínica, independente de seu IMC, que têm resultados satisfatórios a longo prazo.
Enquanto o IMC atualmente representa um parâmetro significativo na indicação da cirurgia bariátrica, existem evidências de que o IMC sozinho não deve ser fator limitante para eventualmente indicar o tratamento cirúrgico para diabetes tipo 2.
Como se trata de uma doença crônica e progressiva, sempre haverá um nicho de pacientes que responde ao tratamento clínico e outro que não. Esse será apto a fazer a cirurgia metabólica, que é hoje a melhor forma conhecida para o tratamento da obesidade e do diabetes.
A cirurgia bariátrica não visa só o emagrecimento. Há algum tempo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) liberou seu uso para pacientes que não conseguem controlar o diabetes tipo 2, desde que tenham um índice de massa corporal (IMC) acima de 35 – ensinamos a calcular o seu valor em nosso site: https://drahelenamalnati.com.br/imc/calculo-imc
O relatório do CFM reitera que essa operação ajuda, sim, a reduzir as taxas de glicose. Primeiro porque, claro, ela contribui para a perda de peso, uma medida fundamental no manejo do diabetes tipo 2.
Segundo porque estimula a produção de substâncias corporais que, no fim das contas, reduzem a resistência à insulina e preservam o pâncreas, o órgão que produz esse hormônio.
Cabe ressaltar que o parecer do CFM afirma, com todas as letras, que a cirurgia bariátrica só deve ser realizada após a autorização do endocrinologista. Ela também exige o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar antes e depois do procedimento.